O segundo livro da trilogia Por Uldin escrito pela autora C.M. Rocha foi lançado em dezembro de 2021. O livro inicia exatamente no final do primeiro "O Hel de Filía", o que, para mim, é muito bom porque eu gosto de saber como se dá o desenrolar de uma cena pós batalha. No caso o livro "O Hel de Filía" termina com Kalir, que escapou da prisão de En'Sheid, chegando a tempo para a batalha entre os elfos de Filía e os Humanos contra os Elfos de En'Sheid - entre eles estava Fae'lyn e Dae'Thal.
Kalir está partindo para Filía e tendo como seus prisioneiro Fae e Dae.
Contudo, o Hel de Filía os trata como convidados, pois foi Dae'thal quem decidiu ir com ele para poupar a vida de soldados.
Para Fae'lyn e Dae'thal, retornar para Filía também significa enfrentar o passado deles. Afinal, eles abandonaram aquelas terras depois do embate entre seus pais, que culminou na morte de Ha'el, a mãe de Dae'thal.
Sem precisar fechar os olhos, podia vê-la com clareza, exatamente da forma que costumava ser; alegre, amorosa e tão linda quanto forte. Ha'el era uma arqueira habilidosa, que no passado foi a capitã dos soldados que lutavam a longa distância, e se tornou a general do exército de Ei'ilae, antes de dar à luz a Dae'thal.
Chegando a Filía, Dae e Fae não estão prontos para enfrentar o homem que matou Ha'el, o rei dos elfos Tharee. E, além disso, terão também que conviver com a companhia de uma outra figuara que ambos não suportam. O rei dos humanos, Rieron de Akobor.
Logo no primeiro encontro com o rei dos humanos, Fae'lyn se descontrola pela forma como Rieron trata Dae'thal, sem qualquer respeito. Contudo, o rei dos humanos não parece tão intimidado com o ataque do elfo.
Nesse primeiro encontro, também vemos como Tharee se comporta diante dos prisioneiros que, para seu filho, são convidados. Ele parece ser um elfo sábio a primeira vista, da a impressão de que é bastante observador e que tem uma boa relação com Rieron, mesmo assim, causa em Dae uma sensação estranha.
Quando Kalir aparece, vemos que a relação dele com o rei de Akrobor é muito mais carinhosa do que Fae'lyn esperava, enquanto Dae'thal acha um absurdo ver como Kalir trata o rei humano com os costumes élficos.
Kalir estava até aquele momento cuidando da rainha Eresla, sua mãe, que havia sido envenenada pelo rei anão de Maharia. Foi por ela que ele enfrentou os anões e os elfos de En'Sheid, e agora a sua vida fora salva graças a água dos Lagos de En'Sheid.
Fae'lyn sabe que Dae'thal tem um plano, eles são levados para os quartos que serão sua prisão domiciliar nos próximos dias (diria semanas). Dae confessa o seu plano que é matar Tharee e vingar a morte da mãe, e Fae quer dar apoio a ele, mas as coisas estão diferentes agora, pois ele está apaixonado por Kalir e não o que fazer qualquer mal. E Dae'thal não é diferente.
A partir do momento em que pisou naquele castelo, Dae'thal não tem mais como fugir de seu passado e da história de sua família. Ele então enfrenta Kalir e a verdade sobre quem eles realmente são. A mãe de Dae'thal, era irmã de Eresla, contudo, essa história era guardada como segredo de família pois todos achavam Laslos um homem digno, que tinha uma família com sua esposa Leme. No entanto, Laslos teve uma segunda família, com a elfa a quem ele realmente amava e teve uma filha, Ha'el. Mesmo assim, Laslos não assumiu a filha, mas Eresla a levou para viver junto de si.
Kalir não sabia da história de sua família e agora ele descobre que Dae'Thal era seu primo, além disso, ele também foi o primeiro elfo a segurar ele nos braços o que criou uma ligação especial. Infelizmente, no dia do nascimento de Kalir, a mãe de Dae foi morta e eles fugiram do palácio, pois Tharee os acusava de traição. Eresla ficou para trás, junto do recém-nascido Kalir.
Além de lidar com o peso da história de sua família, e o desejo de vingança cada vez mais forte, Dae'thal também tem outro problema. O rei de Akrobor, o humano Rieron o visita todos os dias com a intenção de conversarem e se conhecerem. No começo, Dae não fala com ele, mas ao descobrir que o humano é imune a magia, começa a ficar interessado.
Dae não confia em humanos, mas, aos poucos vai se interessando pelo o que o rei de Akrobor tem a dizer. Principalmente sobre uma das elfas que Dae'thal admirava, a mão direita de seu mestre, a maga Aekael. Ele pergunta para Rieron onde ela está e o rei diz que em lugar nenhum, pois ela morreu tentando salvar seu pai, o antigo rei de Akrobor, assim como ele morreu tentando salvar ela.
Dae'thal fica surpreso ao saber da morte de uma das maiores magas de Uldin. Aekael não se importava com a aliança entre elfos e humanos, e por isso não se surpreende ao saber que ela era próxima do reino de Akrobor.
A chegada dos humanos nesse livro tornou a história ainda mais interessante, é uma das minhas partes favoritas os contrastes entre as duas culturas, e fica ainda mais evidente quando Rieron e Dae'thal estão juntos.
A relação de Kalir e Fae'lyn também se mostra delicada, porque Fae está dividido entre o amor pelo elfo e o desejo de ajudar Dae com a sua vingança. Mas os sentimentos dele por Kalir e vice e versa são fortes demais para suportar muito tempo juntos. Eu gosto muito desse casal porque, apesar das adversidades e de estarem em lados opostos, eles se veem como indivíduos separados. O Fae vê o Kalir e não apenas o filho de Tharee, é muito bonita a química entre eles, não apenas porque eles são um casal que vivem um romance, mas, também, por serem amigos e terem tido uma conexão especial desde o começo, no primeiro livro. Gosto muito das conversas deles e de como são carinhosos.
Kalir é no geral uma pessoa amorosa e muito carinhosa. Mas ele também é bastante inseguro e mostra um lado que deseja a aprovação de Dae'thal, afinal, o primo é bom em tudo. Enquanto Kalir tem certas limitações, como a falta de controle de seu poder. Ele é um mago, mas não teve a instrução correta, como Dae teve.
A história de Kalir com o reino de Akrobor também é revelado com mais detalhes, ele tem profundo apreço pelo humanos, pois visitou o reino desde que era criança, e cresceu vendo as gerações de humanos evoluindo, até a chegada de Elar, que se tornou seu amigo e ele teve os gêmeos Rieron e Ridon. Kalir os viu crescer e desde então mantém essa relação.
O Kalir vê em Rieron um interesse maior dele em seu primo, Dae'thal. Em uma conversa, ele diz ao rei de Akrobor que se as intenções dele com Dae não forem boas, ele não vai aceitar.
Ele é o elfo mais atraente que já vi em toda a minha vida. Eu sonho com ele em minha cama, chamando por mim...
Mas o rei de Akrobor também marcou uma grande impressão em Dae'thal, que também tem confissões para fazer:
Eu não confio nele, porque sei que os humanos gostam de manipular com gestos além de palavras, mas ele parece sincero... e o desejo da mesma forma.
Porém, a relação de Rieron e Dae'thal é muito mais profunda. Ambos estão em busca de vingança e encontram um no outro a possibilidade de conseguirem colocar seus planos em prática. Contudo, eles têm medo e precisam ser cautelosos para não perderem a chance única que estão tendo.
O livro fala sobre vingança e as relações de inimigos declarados se tornarem aliados, como essas alianças se constituem e qual o objetivo de cada um. Os novos personagens são inseridos na trama e cada um tem seus motivos para também desejarem vingança, ou precisarem de proteção.
Eu gosto como a autora caminha pela narrativa, dando detalhes sobre o passado, para a gente entender o presente, e os motivos de cada um ser o que é hoje. E mesmo assim, há mistério sobre o que realmente aconteceu no passado, que nos faz perguntar sobre os motivos da disputa entre Tharee, Othorion e Te'dril.
Ficha técnica:
Livro: Por Uldin (Livro Dois): A Ilha Dos Elfos
Autora: C.M. Rocha
Formato: Ebook
Páginas: 573
Classificação: 14 anos
Lançamento: 01/12/2021
Disponível na loja Amazon
Sinopse:
Dae'thal e Fae'lyn chegam em Filía certos de que terão de enfrentar o passado, porém, o presente se mostra muito mais desafiador quando Fae se vê sem opções além de escolher entre seu melhor amigo e Kalir, enquanto Dae'thal tem de lidar com a verdade sobre sua família e a inesperada presença de um misterioso humano: Rieron, o Rei de Akrobor.
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