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Leitura: Por Uldin (Livro Um) O Hel de Filía

"Cerca de três mil anos atrás, o céu foi tomado por uma densa escuridão. As árvores secaram, os rios e mares borbulharam como lava, tocados diretamente pelas mãos do Criador..."


Uldin é uma ilha onde vivem três espécies de vida inteligente. Os humanos, os Anões e os Elfos. O Criador, como o nome diz, criou a ilha e escolheu a dedo os fiéis que viveriam em seu novo mundo. E os infiéis? Bem, eles tiveram um péssimo final.

Mas a história do livro O Hel de Filía não começa por aí. Se passa muitos anos depois, quando o elfo de En'Sheid chamado Fae'lyn, encontra um outro elfo quase morrendo aos pés dos três lagos sagrados, pedindo ajuda.

Isso não seria um problema, se esse outro elfo não vestisse as cores dos inimigos de Fae'lyn. Aquele era um elfo de Filía.

Antes desse acontecimento, acompanhamos os pensamentos do elfo Fae, que direciona os últimos acontecimentos no lado da ilha povoada pelos elfos. Acontece que o reino foi dividido ao meio, após um levante contra o rei elfo. Agora, os elfos de Filía e En'Sheid lutavam, e já não bastasse isso, eles também lutavam contra os Anões e os Humanos, por outros motivos.


"Ele não entendia a escolha do Criador, mas, ao mesmo tempo concordava com a parte de ser grato, pois ainda podia respirar e questionar por que tinha aquela ilha. Todos em Uldin eram estúpidos, e isso obviamente o incluía. Ele também não gostava dos humanos, e para os elfos de Filía, ele reservava um rancor muito maior..."

O Fae'lyn se mostra um personagem sempre questionador, ele pensa sobre as vidas perdidas nas guerras, sobre o motivo de ainda viverem daquele jeito. Contudo, ele também tem esse grande desgosto com os elfos filianos. E o motivo para isso é apresentado ao longo da narrativa.

E é por isso que, quando ele encontra aquele elfo ferido nos lagos sagrados, fica em uma posição muito conflituosa. Qualquer guerreiro elfo nessa situação mataria o inimigo prontamente. Mas o Fae é um pouco diferente, apesar de não demonstrar misericórdia quando está em guerra.


"Os odiava, mas era angustiante voltar para casa sabendo que as vidas que havia tirado não eram simplesmente de filianos; eles eram elfos como ele. A raiva que sentia parecia errada, sempre que uma batalha terminava. Não havia alegria, apenas alívio ao ver seus companheiros a salvo, porém, a raiva continuava ali de toda a forma."

Enfim o Fae'lyn toma uma decisão perigosa. Ele decide salvar o elfo ferido. Mas não pensou muito bem em como faria isso, então o leva para sua casa. Lembra do lago sagrado que foi mencionado? A água do lago tem propriedades mágicas que o pai de Fae'lyn estuda há anos!

Fae não é um elfo curandeiro, ele é um arqueiro. Mas tenta curar o elfo ferido usando a água do lago sagrado. Até aqui ele já quebrou uma dúzia de leis e regras do povo dele. Mas, já que começou, né? Agora continua até o final.

Fae acredita que o elfo veio das terras dos Anões, onde ocorria uma batalha. E por isso ele acha que aquele elfo foi até o lago para tentar se salvar, usando a água sagrada. O que é, obviamente, um plano suicida, porque ele invadiu terras inimigas.


— Maldito filiano — ele sussurrou enquanto cruzava os braços sobre o peito. — Nos rouba e ainda falha em salvar a própria vida.

Fae'lyn não baixa a guarda, é desconfiado. Mas, ao mesmo tempo, acolhe o elfo de Filía. E vamos conhecendo um pouco mais sobre os dois. Logo que Kalir desperta, eles entram em uma onda de alfinetadas que poderia ter sido mais violenta, mas nenhum dos dois está ali buscando se matar. Embora o Kalir nem levantar uma espada consegue, imagina andar por aí para se salvar.

Fae impõe que ele vá embora, mas Kalir, como eu disse, não consegue andar. Uma situação bastante complicada, ainda mais para Fae'lyn que é filho do braço direito do elfo no comando e noivo de seu filho. Resumindo, a situação de Fae em esconder o elfo inimigo que ele salvou vai se tornando cada vez mais difícil. Ele esconde o segredo dos pais, do noivo, do amigo, de todos. Enquanto isso, vai conhecendo aos poucos Kalir. Descobrindo que ele foi até os lagos não apenas para se salvar, mas foi lá porque alguém muito importante para ele precisava ser salvo e somente aquela água sagrada poderia ajudar.

Fae'lyn então planeja com Kalir uma forma dele retornar para Filía sem que todos descubram. A esse ponto, Kalir já foi visto por Dae'thal, seu noivo, pelo melhor amigo Phialas e até por sua mãe, Lilana.

Fae'lyn conta a todos que ele é um elfo de Shilena, um lugar onde os elfos são muito reservados e não são soldados.

O momento que eles encontram Lilana é de tensão porque ela é uma elfa poderosa.


"Ela não podia ler pensamentos ou ver exatamente como era a vida de alguém, mas os sentimentos muitas vezes podiam ser passados para Lilana, por isso Fae'lyn se forçou para a se manter calmo."

A mãe é poderosa, e o noivo nem se fala. Dae'thal identifica rapidamente algumas mudanças em Fae'lyn e ele acha que o elfo recém chegado é o pivô. Falando nisso, Dae e Fae são noivo, mas foi um acordo selado pelos seus pais. Eles são muito amigos, se tratam como irmão, então é por isso que Dae'thal nao fica ofendido com os olhares que Fae manda para Kalir.


Kalir de Filía

O plano de Fae e Kalir vai se formando e ele irá embora no aniversário de Dae'thal, quando todos estiverem comemorando. Os sentimentos de Fae'lyn e Kalir estão agitados, passaram semanas e eles se conviveram todo esse tempo juntos. Kalir ainda não era nascido quando os elfos se separaram, ele cresceu sem conhecer o que realmente aconteceu no passado, que foi presenciado por poucos. É por isso que Kalir fica surpreso ao conhecer aquele lado dos elfos, que sempre foram mostrados como perigosos. No entanto, estar com Fael'yn mostrava-se o oposto, pois ele cuidou e protegeu Kalir durante esse período, mesmo sabendo que ele era seu inimigo.

Kalir também esconde segredos, mas algo chamou muito mais a atenção de Fae. Os elfos de Filía são aliados dos humanos, e para Fae'lyn isso parece absurdo.


"Ele havia escutado alguns rumores sobre elfos se relacionando com humanos. Fae não conseguiu controlar a estranheza que sentiu ao pensar no assunto, mas ele não tinha como julgá-lo."

Não apenas os humanos, os anões também são inimigos. A ilha do criador virou um ringue. Mas, novamente o Fae'lyn surpreende a gente, sendo um pouco mais aberto para outros relacionamentos, tendo uma amizade com uma Anã chamada Danur. Quem não gosta nada disso é Dae'thal, e até mesmo Kalir. Inclusive a Danur é motivo do desentendimento de Fae e Kalir. Afinal de contas, foi com um machado enferrujado que um anão quase o matou.


"Danur tinha um espírito livre, nem mesmo seu pai decidia o seu destino, e isso o fez invejá-la. Com o tempo, eles construíram uma estranha amizade que se resumia àqueles encontros em que compartilhavam os acontecimentos de suas vidas em segredo."

Fae'lyn é, de fato, um tipo bem interessante. Ele quer saber das coisas, entender o mundo, saber porque tudo é como é. Mas ele também é leal e possui muita dor no coração, o que impede dele ser mais compreensível em alguns momentos. Apesar disso, quando Kalir precisa novamente de ajuda, ele está lá. Isso porque Fae'lyn, ainda que tenha seus pré-conceitos e a rixa com os outros elfos, ele não consegue mais controlar os sentimentos por Kalir.

Mas antes de conseguir enfrentar a todos, Kalir é desmascarado e uma invasão ocorre.

Fae'lyn mostra-se um guerreiro muito preparado, mesmo assim, ele recebe a ajuda de Dae'thal, que une suas forças para protegê-lo.

Dae'thal é um guerreiro igualmente formidável, ele luta com duas espadas, mas também é um elfo que usa magia.

A invasão inesperada dos elfos de Filía ao lado dos humanos, vai levar Dae'thal e Fae'lyn tomarem uma decisão muito séria ao lado de Kalir.



O primeiro livro da trilogia de Por Uldin é uma narrativa que nos apresenta o mundo fantástico onde Elfos, Anões e Humanos lutam entre si por vingança, poder, controle. São muitos sentimentos que atravessam os personagens que possuem segredos e guardam rancores e sofrimento. Eu fiquei apegada aos personagens desde quando a autora iniciou a escrita. Foi um processo de bastante trabalho para ela, que resultou em um universo muito rico, onde é possível explorar e crescer ainda mais, com histórias cheias de emoção e ação. É um equilíbrio que eu prezo em livros do gênero.

Esse livro me deixou bastante animada, tanto que eu li o e-book e ouvi o audio book na Alexa mais de uma vez.

Contudo, o livro ainda não está finalizado e muitas coisas serão explicadas nos próximos volumes. Nesse caso, aguardo ansiosa para saber como será o destino de todos eles.



Título:Por Uldin (Livro Um): O Hel De Filía

Autora: C.M. Rocha

Formato: E-book

Páginas: 293

Editora: C.M. Rocha - autora independente

Disponível em: Amazon e Kindle Unlimited






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